No Dia Mundial dos Refugiados, profissionais migrantes contam o que fizeram para entrar no mercado de tecnologia

16/06/2023
• Atualizado em 19 de julho de 2024
No Dia Mundial dos Refugiados, apresentamos Danilson Nunes, venezuelano formado pela Toti. Ele é branco, possui barba e cabelos pretos. Está sentado e segura um microfone.

No dia 20 de junho, é comemorado o Dia Mundial dos Refugiados. Para celebrar a data, compartilharemos dicas de pessoas migrantes e refugiadas que conquistaram o seu espaço na tecnologia. 

Desde a adaptação a um novo ambiente até a superação de barreiras linguísticas, migrantes e refugiados enfrentam desafios únicos que podem tornar o processo de busca por trabalho no Brasil desafiador. 

Apesar das dificuldades, Virginia, Danilson, Marta e Yoelvis encontraram no setor tecnológico uma oportunidade de reconstruir suas vidas e obter carreiras de sucesso. 

Mas afinal, quais foram as estratégias que eles usaram para ingressar na tecnologia? 

Foco nas soft skills 

Virginia Zapata, Analista de TI na Neon, conta que a sua primeira atitude foi se inscrever na formação da Toti. Depois, se esforçou para aprender o que estava sendo ensinado. Além das aulas, ela procurava mais informações em artigos e vídeos. 

“Uma coisa curiosa que entendi é que, por incrível que pareça, as empresas valorizam mais as soft skills. Elas preferem contratar pessoas que tenham uma boa comunicação e que saibam trabalhar em equipe. É muito mais fácil ensinar uma linguagem de código do que uma habilidade comportamental”, diz. 

Danilson Nunes, desenvolvedor web pleno na Editora Globo, também reforça a importância das soft skills: “Eu não era muito bom tecnicamente, dominava mais HTML e CSS, mas possuía garra e vontade de aprender”. 

Marta Tonet, desenvolvedora back-end na Neon, comenta que as habilidades que mais ajudaram no processo seletivo foram a comunicação eficaz, flexibilidade, vontade de aprender e colaboração. 

Reforço das habilidades técnicas 

Além de potencializar as soft skills, é preciso desenvolver habilidades técnicas, que são aquelas relacionadas à sua área de atuação. 

Virginia menciona que é preciso se perguntar diariamente: “se eu fosse convocado hoje para uma entrevista de emprego, estaria preparado para um teste técnico?”

Para quem quer ingressar no mercado de trabalho, ela recomenda procurar vagas de nível júnior no Linkedin e estudar as tecnologias mais solicitadas. 

No Dia Mundial dos Refugiados, apresentamos Virginia Zapata, venezuelana formada pela Toti. Ela é branca e possui cabelos escuros. Está sentada em uma mesa usando um notebook.
Virginia Zapata, profissional formada pela Toti 

Participação nas formações da Toti 

Marta, Danilson, Virginia e Yoelvis, assim como diversos outros migrantes e refugiados, foram contratados por empresas parceiras da Toti. 

“O apoio da Toti foi fundamental com a formação completa, participação de atividades para reforço de soft skills e networking”, diz Yoelvis Alfredo, desenvolvedor na Apiki. 

“A Toti ajudou desde a parte educativa até a construção do currículo. Todas as entrevistas que tive foram por meio da Toti”, conta Danilson. 

Como funcionam as formações da Toti? 

Oferecemos formações gratuitas para migrantes e refugiados em diversas áreas da tecnologia, como front-end, back-end, full stack, dados, entre outras. 

Após a conclusão, tentamos conectar os profissionais formados às empresas parceiras. De acordo com as habilidades técnicas e comportamentais requisitadas, indicamos alguns dos nossos estudantes para concorrer às vagas em aberto. Também fazemos questão de acompanhá-los durante as entrevistas!

No entanto, é importante lembrar que ingressar em uma formação da Toti não garante uma vaga no mercado de trabalho. 

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Dicas para entrar no mercado de tecnologia

No Dia Mundial dos Refugiados, profissionais migrantes listam dicas para aprovação em processos seletivos na tecnologia:

1. Tenha constância

Yoelvis recomenda estudar todos os dias e pesquisar tendências e novidades no mercado de trabalho. Mesmo quando o conteúdo parecer desafiador, é importante manter a regularidade.

Afinal, cada sessão de estudo, por menor que seja, contribui para a construção de um conhecimento sólido e duradouro. 

2. Tenha um bom preparo 

Para concorrer às vagas de tecnologia, é importante ter um bom currículo e um portfólio com os seus melhores trabalhos. 

Caso seja convidado para uma entrevista, Danilson aconselha a pesquisar sobre a empresa e sobre o profissional que irá conduzir o processo seletivo. 

“Vale olhar o linkedin do recrutador para identificar pontos em comum que possam ser mencionados na entrevista. Foi uma das coisas que eu fiz e deu certo”

3. Não desista

Sentir medo e desânimo em certos momentos é normal. No entanto, é importante lembrar que cada desafio é uma oportunidade de crescimento. 

Virginia declara que chegou a pensar em desistir, pois achava que estava tarde demais para aprender a programar. Felizmente, ela resolveu persistir e hoje está empregada. 

“Eu sou absolutamente feliz no meu serviço e fico surpresa de como minha vida mudou”, diz. 

Danilson também relata que passou por vários processos seletivos. “Não foi na primeira entrevista que consegui o ‘sim’, mas ele chegou”. 

Dia Mundial dos Refugiados: uma data para conscientização e celebração 

Além de conscientizar a sociedade sobre migrações forçadas, o Dia Mundial dos Refugiados também é uma oportunidade para empoderar pessoas refugiadas e celebrar as conquistas que elas trazem para as suas comunidades de acolhimento. 

Embora as circunstâncias de seu deslocamento possam ter interrompido suas trajetórias profissionais, esses indivíduos mantêm o compromisso com o aprendizado. 

Por isso, a Toti, trabalha para que a sociedade reconheça o potencial e as qualificações de pessoas refugiadas e migrantes. 

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